segunda-feira, 4 de maio de 2009
O que é preciso para ser poeta?
Um poeta sabe amar
Uma mulher, um ideal
A rotina e o irreal,
A fortuna e o azar.
Um poeta lê o horizonte,
Faz espetáculo do chão,
Da pedra, do santo pagão
Do pouco que o encante
Escreve cartas ao futuro
Sem se perder do passado
Duvida do certo e do errado
E se embriaga no inseguro
Tem seu próprio relógio
Onde os sentimentos são ponteiros
E após olhar as flores do canteiro
À meia - noite dá o amor e ao meio - dia o ódio
Um poeta brinca de viver
Dando sentido literal à metáfora,
Explicitando a anáfora
E desenhando em versos o amanhecer
Para ser poeta, leia atentamente
Todos as regras e manuais
Decore o “como se faz”
Também não seja displicente
E após esse procedimento
Jogue fora os manuais
Ache os mesmos anormais
E aproveite os seus momentos
terça-feira, 21 de abril de 2009
Oferenda
Ofereço, puro e casto, meu amor
A ti, feito e fruto da honestidade
Tão singela, tida como verdade
Por poetas e loucos, sem maior pudor
Ofereço, no ímpeto do meu ser
A vida na sua forma mais intensa,
E prometo fazer dela uma crença
No âmago tão incerto do teu querer
Ofereço as estrelas em protesto
Ao tempo, tão pouco e tão pertinente
Que carrega, deste poeta modesto
O teu olhar, inebriante e displicente
E por fim, se existe mesmo um, atesto
Que tu deixas meu viver mais contente
domingo, 5 de abril de 2009
Metamorfose - I
É bossa nova o som que sua luz toca
Mescla os raios de sol ao puro vermelho
Que enaltece sua branca face em anseio
A confirmar meu juízo: é carioca
Mas não conclua agora nem muito pense:
Leves traços, mas seu olhar irradia
O poder de atrair com toda a ousadia
E assim me faz pensar: é brasiliense
É a moça que brinca com meus sentidos
É dentre todas, a mulher mais bela
É a dona dos tesouros escondidos
Onde o sol e o céu são somente dela
É a menina que faz sonhos partidos
E eu pergunto: afinal, quem é ela?
Mescla os raios de sol ao puro vermelho
Que enaltece sua branca face em anseio
A confirmar meu juízo: é carioca
Mas não conclua agora nem muito pense:
Leves traços, mas seu olhar irradia
O poder de atrair com toda a ousadia
E assim me faz pensar: é brasiliense
É a moça que brinca com meus sentidos
É dentre todas, a mulher mais bela
É a dona dos tesouros escondidos
Onde o sol e o céu são somente dela
É a menina que faz sonhos partidos
E eu pergunto: afinal, quem é ela?
Eu rio, você mar
Eu gosto de MPB
Você é Flamengo
Eu prefiro saber por quê
Você deixa com o tempo
Eu toco violão
Você adora uma micareta
Eu presto atenção
Por favor, não me esqueça
Você pula sem medo
Eu piso no chão
Você diz que é segredo
Eu seguro a sua mão
Você sabe o que quer
Eu quero o que sei
Você me despersou
E eu me embriaguei
Você me olha um instante
Eu rio, você mar
E isso é o bastante
Pra eu escolher sempre te amar
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